Dezenas de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas participaram, nesta quinta-feira (3/11), da abertura do ‘Suase Acontece’. É a primeira edição dessa espécie de festival, promovido pela Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), para mostrar à sociedade resultados das atividades de formação escolar, de cultura e de qualificação profissional de adolescentes nos centros socioeducativos do estado. O ‘Suase Acontece’ segue até a sexta-feira (4/11).

A abertura das olimpíadas SuperAção foi uma das atrações do evento, na Cidade Administrativa. A competição terá a disputa de diversas modalidades dentro dos centros. Para estimular os adolescentes, três atletas profissionais do Minas Tênis Clube participaram no local, entre eles o jogador de basquete Vithor Juliatto. “Acredito que o esporte pode mudar vidas. Para esses adolescentes que já erraram, pode ser o caminho para dar a volta por cima. Estamos aqui para que eles possam se espelhar”, disse o atleta de 20 anos, que há quatro defende profissionalmente o Minas.

Os jogos da Suase não têm apenas modalidades olímpicas, como o futebol, o basquete e o vôlei, que fazem parte das olimpíadas. Patrícia* disputará o torneio de xadrez. A adolescente de 15 anos cumpre medida há mais de um ano e desde os dez treina nos tabuleiros. Ela aprendeu xadrez com a mãe. “É preciso ter foco e paciência para jogar. O xadrez me ajuda muito. Além de melhorar o meu desempenho em matemática, me faz ser uma pessoa melhor”, revelou a jovem.


Música, rap e percussão 

O grupo de percussão do Centro de Atendimento ao Adolescente (CEAD) de Belo Horizonte, formado por sete adolescentes, foi uma das atrações mais aplaudidas pelos servidores da Cidade Administrativa. Os jovens cantaram a importância da liberdade e a saudade da família em versos ritmados por instrumentos de percussão.

Três adolescentes da casa de semiliberdade Planalto, também da capital, ficaram por conta de uma apresentação de rap. O entusiasta do grupo era o músico Marlon Claiton, que há sete meses trabalha com os acautelados e os auxilia na composição das letras e melodias. “São os próprios meninos que montam e escrevem as músicas. Eu apenas pontuo alguns detalhes e os ajudo a perceber como a melodia pode ficar ainda melhor”, ressaltou Claiton.


Dia de pizza

Depois de um curso de “pizzaiolo”, com duração de quatro dias, o adolescente Fabrício*, que cumpre medida socioeducativa há cerca de um mês, teve um dia de casa cheia. O jovem de 17 anos fez parte do grupo que preparou 2.500 pizzas na própria Cidade Administrativa. Outros garotos, que fizeram curso de garçom, se encarregaram de distribuir as redondas aos servidores atraídos para a cerimônia de abertura do ‘Suase Acontece’. 

O evento teve também feira de artesanato, teatro e roda de capoeira, resultado das oficinas que completam o Ensino Integral implantado no Sistema Socioeducativo de Minas Gerais em 2015. No período da tarde, diretores das unidades socioeducativas se reuniram para trocar experiências e novas propostas de boas práticas no sistema. 

_{(*) Pseudônimos para preservar a identidade dos jovens das unidades socioeducativas}