Servas realiza a quarta edição da Rua de Direitos no Parque Municipal

Cerca de mil pessoas tiveram acesso a serviços básicos que são oferecidos a qualquer cidadão

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Todos que foram ao parque tiveram acesso a serviços básicos que são direitos de qualquer cidadão
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Respeito, dignidade e, sobretudo, direitos. Esses são os conceitos fundamentais do Rua do Respeito, projeto do Servas de integração social das pessoas em situação de rua, que realizou mais uma Rua de Direitos, nessa terça-feira (27/9), no Parque Municipal, em Belo Horizonte.

O projeto tem parceria com o Ministério Público de Minas Gerais e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais e apoio do Governo do Estado. Aproximadamente mil pessoas passaram pela área verde na área central da capital ao longo do dia.

Todos tiveram acesso a serviços básicos que são direitos de qualquer cidadão como emissão de documentos, atendimento médico, psicológico e odontológico, exames básicos de saúde, orientação jurídica e previdenciária e corte de cabelo. Também receberam café da manhã, almoço e lanche da tarde, além de participarem de ampla programação cultural.

Segundo a presidente do Servas, Carolina Pimentel, foi um dia em que as pessoas em situação de rua deixaram de ser marginalizadas e passaram a ser respeitadas.

“É um projeto que nos dá muito orgulho, porque nossa proposta é estar sempre mais perto de quem mais precisa. O Rua do Respeito, por meio da ação Rua de Direitos, enxerga o invisível social, entendendo que a população em situação de rua tem os mesmos direitos que qualquer outro cidadão”, ressalta Carolina.

Na avaliação do diretor de Investimento Social do Servas, Rodrigo Fernandes, também foi um dia de muita alegria. “Conseguimos reunir uma grande quantidade de moradores em situação de rua na busca pelo resgate de direitos fundamentais dessa população. E para além dos serviços, foi um dia de alegria. Tivemos equipamentos culturais como música, refeição diferenciada, rodas de conversa, entre outras atividades. A ideia, de fato, foi tratar a população com respeito e dignidade”, diz Fernandes.

Claudenice Rodrigues Lopes, educadora social da Pastoral de Rua, acredita na garantia dos serviços continuados. “Várias entidades se juntaram para prestar serviço à população de rua no sentido de fazer com que ela passe a fazer parte do cotidiano da cidade. A gente acredita e aposta muito na garantia de serviços continuados no sentido de garantir os direitos dessas pessoas.”

Consultório itinerante

A novidade da Rua de Direitos foi o consultório odontológico itinerante do Servas. Uma van totalmente adaptada ofereceu aos moradores de rua tratamento dentário básico como limpeza, restauração simples e extração. Dentistas voluntárias da PUC-Minas e do Sesc foram responsáveis pelo atendimento.

Atendimento odontológico é uma antiga demanda dos coletivos que trabalham em prol dessa população. “A nossa intenção é fazer esse tipo de atendimento semanalmente. Queremos estacionar a van perto de áreas com grande concentração de pessoas em situação de rua para fazer atendimento odontológico básico”, explica o diretor do Servas, Rodrigo Fernandes.

Para Alex Maciel, representante do Movimento Nacional das Pessoas em Situação de Rua, oferecer atendimento odontológico itinerante “está perto do ideal”. “Só não é o ideal porque ideal seria se as PSRs fossem atendidas nos postos de saúde”, pondera.

A ação foi dedicada à população em situação de rua, mas também atendeu outras pessoas da sociedade. Nos últimos quatro anos, o número de PSRs aumentou significativamente na capital mineira. De acordo com levantamento atualizado da Prefeitura de Belo Horizonte, Belo Horizonte tem 4.553 pessoas vivendo nas ruas da cidade. O último senso, de 2014, identificou que 1.827. O número atual se equipara ao total de habitantes de 182 dos 853 municípios de Minas.

Rua do Respeito

É um projeto realizado pelo Servas em parceria com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais e o Ministério Público de Minas Gerais por meio da CIMOS – Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Social.

O Rua do Respeito nasceu com o propósito de sensibilizar as organizações dos setores públicos e privados, bem como a sociedade em geral, para a condição de miséria humana em que se encontra parte da população das cidades. E, assim, por meio do respeito e ações práticas, colaborarem para a transformação da vida de quem mora nas ruas em Minas Gerais.



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