Governador ressalta coragem e empreendedorismo de Juscelino Kubitschek em solenidade de Diamantina

Para Fernando Pimentel as características políticas de JK, mais do que nunca, devem ser lembradas no atual momento político e econômico do Brasil

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Para Fernando Pimentel, apesar do atual cenário, assim como Juscelino Kubitschek, é necessário manter a serenidade
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Orador da 22ª edição da solenidade de entrega da Medalha Presidente Juscelino Kubitschek, em Diamantina, Território de Desenvolvimento Alto Jequitinhonha, o governador Fernando Pimentel lembrou nesta terça-feira (12/9) a política de JK, destacando seu empreendedorismo e coragem para promover o desenvolvimento do país.

“É a sua memória e a sua trajetória que homenageamos e, talvez mais do nunca, hoje seja necessário e imprescindível lembrar Juscelino. Lembrar o visionário mineiro que, inspirado por Celso Furtado, criou a Sudene, que soube estimular a indústria nacional com seu programa de metas, que expandiu a capacidade energética do país com novas hidrelétricas tão potentes quanto Furnas e Três Maria, que ampliou a mobilidade da nossa rede rodoviária, e claro, construiu  a nova capital do País, Brasília, deslocando, definitivamente, nossa fronteira de expansão econômica para o Oeste e abrindo espaço para o crescimento do agronegócio”, destacou o governador.

Fernando Pimentel lembrou também da importância histórica do político mineiro, tido como exemplo e referência em tempos atuais.

“Hoje, exatos 115 anos após o seu nascimento, lembramos e saudamos esse grande brasileiro, para nosso orgulho, conterrâneo dos mineiros, sem esquecer as vicissitudes pelas quais passou ao longo da vida. Essa lembrança inspira a todos os brasileiros, em meio à tempestade que o país atravessa. E, para atravessar e vencer essa tumultuada quadra da nossa história, Minas oferece o exemplo de Juscelino. Com uma virtude, em especial, muito própria dos mineiros”, afirmou o governador, lembrando as injustiças sofridas por Juscelino durante o período em que foi presidente, mas que não o afastaram da serenidade e de seus ideais.

“Destemido foi também o comportamento de Juscelino quando, após deixar a Presidência, enfrentou múltiplos inquéritos e processos judiciais, movidos pelos algozes de plantão, que o acusavam de ser, pasmem, ‘o mais corrupto presidente que esse país já conheceu’. Jornais e emissoras de rádio e TV, as mesmas que serviram fiel e sabujamente à ditadura que havia se instalado em 1964 e que, ainda hoje, se prestam ao papel de difamar homens públicos de orientação política democrática e popular, acusavam JK de toda sorte de ilícitos e irregularidades. Muito tempo haveria de se passar – só de exílio Juscelino penou três anos – antes que tudo se demonstrasse falso e injusto”, afirmou.

Para Fernando Pimentel, apesar do atual cenário, assim como Juscelino Kubitschek, é necessário manter a serenidade, não cedendo às injustiças.

“Desde muito, na história do Brasil, registram-se campanhas negativas e insidiosas, semelhantes a que Vargas sofreu, depois JK, depois Goulart e depois... Bem, todos estamos assistindo, todos somos testemunhas e personagens do momento atual. Mas a história não é escrita pelo ódio e pela intolerância, nem tampouco pelas canetas da intriga e da notícia irresponsável. É o amor do povo àqueles que se dedicaram ao Brasil e às causas populares que conserva impolutas, na memória, figuras como a de Juscelino Kubistchek. Os aplausos aos inquisidores, mesmo que ruidosos, se provocados pela infâmia e pela calúnia, são efêmeros e não ecoam na história. Quem se lembra hoje dos nomes, um nome que seja, de algum dos personagens que promoveram os inquéritos, os interrogatórios, a perseguição maldosa contra JK? A fama e a glória desses pequenos seres humanos desapareceram tão breve quanto sua própria existência”, frisou.

Fernando Pimentel citou também o texto de Guimarães Rosa que faz referência a Minas Gerais como a montanha sólida e serena, ressaltando que a palavra “serenidade” é hoje, mais do que nunca, necessária ao Brasil.

“Serenidade para avançar nas reformas, mas sem atropelos, sem exaltação, num processo de discussão em que o convencimento venha pela racionalidade e não pelas ameaças ou pela coerção. Serenidade para construirmos um novo modelo político, que substitua o atual, carcomido pelos vícios que todos conhecemos. Modelo hoje claramente incapaz de oferecer soluções para a crise devastadora que o país vive. Substituí-lo por outro, mais adequado, mais transparente e eficiente, como outros países já fizeram, é indispensável, mas não será possível num clima de ódio, de intolerância, de pré-julgamentos e de abolição das garantias mais elementares dos regimes democráticos”, afirmou.

“Por isso” – continuou o governador – “também aqui há de haver serenidade para avançarmos. Serenidade para que a justiça faça o seu trabalho, em meio a tantas acusações e denúncias, sem açodamento, sem partidarismos, com a necessária isenção, com a neutralidade que se espera dos julgadores e não dos justiceiros, assegurando o direito de defesa tanto quanto o espaço da acusação. Enfim, serenidade para que a punição dos eventuais culpados seja proporcional aos seus delitos, mas que se proteja da execração antecipada aqueles que hoje, simplesmente por serem acusados, já se tornam condenados de antemão”, afirmou.

Para finalizar, o governador lembrou a necessidade de se unir esforços em torno de um projeto único de desenvolvimento político e econômico para o Brasil, que resulte em um País mais justo.

“Precisamos superar divergências e reconstruir o consenso nacional em torno das duas ideias-força que fizeram o país avançar ao longo século passado, desde os anos 30, e mesmo na primeira década deste século, quais sejam: crescer e distribuir renda. Esse é o nosso ideal, o eixo que move a nação brasileira desde a república e motiva nossa gente a seguir em frente: crescimento econômico com justiça social. Nos períodos em que o Brasil conseguiu conciliar essas duas metas, como aconteceu naqueles anos dourados do governo JK, o Brasil foi feliz. E é em nome desse Brasil feliz de novo, esperançoso de novo, economicamente forte e socialmente justo que todos aqui reunidos celebrando Juscelino e seu legado, finalizou. 



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