Detentos ensinam origami a adolescentes do sistema socioeducativo

“A vivência dos detentos traz reflexão e bons exemplos aos jovens", diz a coordenadora do projeto, Martha Florença

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Até o fim de dezembro, 10 meninas em cumprimento de medida socioeducativa terão encontros semanais com a arte. Por meio do programa Se Liga, da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase), elas estão aprendendo a fazer origami com detentos do projeto Mãos pela Paz, do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Betim.

A coordenadora regional do Se Liga, Martha Florença, diz que o curso para as garotas é uma iniciativa inovadora por integrar em uma boa ação os sistemas prisional e socioeducativo, ambos da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). “A vivência dos detentos traz reflexão e bons exemplos aos jovens, incentivando-as a levar a vida longe da criminalidade, buscando melhores caminhos ao final do cumprimento da medida”, avalia Martha.

Símbolo de cultura de paz, o origami ganhou no projeto do Ceresp Betim o caráter de instrumento de ressocialização e de redução de tensões no ambiente prisional. As peças produzidas no Mãos pela Paz ficaram famosas e os presos chegaram, no primeiro semestre, a ensinar a arte das dobraduras para professores de escolas regulares de Belo Horizonte.

Um dos pioneiros e hoje multiplicador do Mãos pela Paz, Elvis Pereira de Oliveira, de 31 anos, aposta em bons resultados para as adolescentes do sistema socioeducativo. Ele justifica com a própria experiência na oficina de origami. “Me tornei uma pessoa mais paciente, comunicativa e controlada. Consigo conviver melhor com as adversidades”, afirma.

Se Liga

O Programa Se Liga tem como foco os jovens egressos do sistema socioeducativo e tem adesão voluntária. Uma vez no programa, o jovem recebe acompanhamento social e psicológico por um ano após o desligamento da medida socioeducativa, visando sua recolocação na sociedade e o ingresso no mercado de trabalho, por meio de cursos profissionalizantes, atividades culturais e apoio psicológico. Profissionais do Se Liga também atuam nos centros socioeducativos com adolescentes que estão no último ano da medida socioeducativo.



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