Ações da saúde em Mariana e região
Profissionais da Secretaria de Estado de Saúde trabalham do atendimento emergencial a entrega de medicamentos para as vítimas do rompimento da barragem em Mariana
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reuniu esforços de diversas equipes para auxiliar no atendimento às vítimas do rompimento da barragem do Fundão em Mariana.
Até o momento, foram realizados mais de 230 atendimentos pela equipe multidisciplinar da saúde em unidades localizadas em Mariana, Ouro Preto e Belo Horizonte. Integram a equipe médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, agentes comunitários de saúde, nutricionistas e farmacêuticos.
Entre as ações estão: cadastro dos pacientes, avaliação clínica com classificação de risco, higienização dos ferimentos, pequenos procedimentos, imunização (antitetânica) e encaminhamentos necessários.
Na sexta-feira (6/11) e sábado (7/11), dias de maior demanda, cerca de 100 profissionais da SES atuaram no local, prestando as orientações e cuidados necessários. Atualmente, aproximadamente 50 técnicos de saúde, entre enfermeiros, médicos, psicólogos, biólogos e epidemiologistas, permanecem à frente das ações.
Medicamentos e vacinas
Entre as ações, a SES está distribuindo medicamentos e insumos para a cidade de Mariana suprir as necessidades de atendimento imediato à população e ampliação do seu estoque, atendendo também aos distritos afetados.
A SES também está disponibilizando protocolo de vacinação para atender àqueles que tiveram lesões e contato com a lama, além de reforço no quantitativo da cidade. A vacina antitetânica foi aplicada no sábado (7/11) em 137 pacientes e se encontra disponível nos postos de atendimento médico montados na cidade de Mariana para atender à população e nos hospitais da região.
Samu e Saúde da Família
Outra medida é o deslocamento de equipes técnicas para apoio nos distritos atingidos, Barra Longa e Ponte do Gama, e o deslocamento de equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), formadas por médicos e enfermeiros, para atender às vítimas e profissionais envolvidos com as operações.
Equipes aéreas do Samu atendem pacientes em Ponte do Gama. Elas também dão suporte e realizam a remoção aérea de pacientes, com quadros clínicos não relacionados diretamente ao incidente, para atendimento em hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da região, devido à obstrução das vias terrestres.
Foi também enviada uma equipe de Saúde da Família ao município de Mariana, com um médico e duas enfermeiras. Esses profissionais estão se deslocando pelas áreas rurais dos distritos próximos para averiguar o estado de saúde das pessoas residentes nos vilarejos.
A SES também está distribuindo hipoclorito de sódio, conhecido popularmente como água sanitária (usada frequentemente como agente alvejante, sendo também utilizado para purificar a água), para os municípios de Mariana e Governador Valadares e tem ajudado na realização dos testes para avaliar a condição da água em locais de captação para garantir a qualidade do abastecimento da população.
Destaca-se, ainda, a disponibilização de profissional especializado para avaliar da condução dos casos assistenciais e discussão sobre as estratégias necessárias para atendimento e acompanhamento adequado à população de Barra Longa. Em Ponte do Gama acontece a distribuição de medicamentos demandados pelo subdistrito para atender adequadamente aos pacientes.
As demais ações realizadas pela SES foram: padronização de protocolo de atendimento de urgência/emergência e ambulatorial, bem como ações de vigilância sanitária e alimentar; disponibilização de 47 leitos de retaguarda em Belo Horizonte para encaminhamento das vítimas mais graves, sendo sete de terapia intensiva; avaliação clínica e fornecimento de medicamentos; reforço do monitoramento dos casos de doenças diarreicas agudas; e subsídio técnico para a desinfecção de material utilizado no resgate das vítimas fatais.
FUNDAÇÃO HOSPITALAR DE MINAS GERAIS (FHEMIG)
A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) acionou o plano de atendimento a desastres e catástrofes e mobilizou o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, para receber possíveis vítimas do acidente.
Sala de politraumatizados e de reanimação, além de ambulatórios de ortopedia, clínica médica, neurologia, pediatria, cirurgia geral, emergências clínicas e de observação toxicológica foram mobilizados.
Ao todo, de acordo com o plano, os recursos permitem o atendimento seguro de, aproximadamente, 80 vítimas simultaneamente. Até o momento, seis vítimas do acidente deram entrada no hospital, todas sem gravidade. Do total de seis pacientes que foram encaminhados para a instituição, três tiveram alta definitiva e três foram transferidos o Hospital Monsenhor Horta e para a Santa Casa de Ouro Preto.
O plano ainda prevê o transporte seguro de pacientes, tanto na movimentação interna quanto no referenciamento, a garantia na continuidade ao tratamento dos pacientes admitidos e dos que já se encontram sob cuidados na instituição e o atendimento às famílias envolvidas.
FUNDAÇÃO HEMOMINAS
A Fundação Hemominas também acionou o plano de atendimento a desastres e catástrofes. A instituição está monitorando a situação e, em função da natureza do acidente e do número de vítimas, não houve necessidade de incentivar uma mobilização massiva para a doação de sangue voluntária.
Mesmo assim, a Hemominas trabalha em estado de alerta, uma vez que o comprometimento no abastecimento de água nas regiões atingidas, como na cidade de Governador Valadares, pode interferir na captação das doações locais, inviabilizando o funcionamento de unidades ou o fluxo normal de coleta.
Neste caso, outras unidades da Hemominas, que operam em condições normais, vão ser convocadas para aumentar a captação e suprir a demanda.