Pronunciamento do governador Fernando Pimentel na solenidade em que recebeu o Título de Cidadão Honorário e anunciou novos investimentos em Rio Novo, Território Mata

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No final de semana eu encontrei um amigo de muitos anos, que não é mineiro, é paulista, e comentei com ele que eu teria uma semana muito emocionante, com muitas agendas no interior. Que eu viria a Juiz de Fora na segunda-feira participar de uma solenidade, ter um jantar com prefeitos e depois, na terça, que é hoje, eu viria a Rio Novo para receber o Título de Cidadão Honorário. E esse amigo, que não é mineiro, disse assim: ‘Rio Novo é uma cidade grande?’. Eu falei: ‘Olha, é uma cidade pequena, mas tem uma importância grande para mim, porque é a cidade do meu pai e eu vou receber o Título de Cidadão Honorário.

E ele perguntou: ‘Mas isso aí tem alguma relevância para o governador se deslocar e receber um título?’.  Aí eu fui explicar para ele como que funciona em Minas Gerais. E disse: ‘Olha meu amigo, deixa eu te explicar uma coisa. Aqui é Minas Gerais, aqui quando alguém abre a casa dele para uma pessoa, ela passa a ser a praticamente da família dele. A hospitalidade, a fraternidade dos mineiros leva a um comportamento que às vezes é diferente do resto dos estados. Nós, quando abrimos a porta da casa e recebemos alguém, recebemos essa pessoa no coração. Então quando uma cidade oferece um Título de Cidadão Honorário para uma pessoa, ela está chamando ela para dentro da casa dela.

Não é que eu vá lá receber porque meu pai é de lá - é claro que isso também conta - mas, independentemente disso, eu iria, porque é como se a gente chegasse numa casa - e no interior isso é muito comum, quando a gente na casa de alguém, chega na varanda e você olha, e o que você faz?  Você grita lá dentro, “ô de casa”, e se tiver alguém lá dentro, alguém responde “pode entrar”. Agora, aqui em Rio Novo eu não preciso gritar “ô de casa”, eu já sou. E é por isso que eu vou lá receber o título.

Isso é só para dizer para vocês que eu estou muito emocionado. Eu vim de Juiz de Fora para cá passando pela estradinha que muitas vezes eu percorri quando era criança, quando vinha passar férias aqui com meu pai a família dele. Estão aqui primos que eu não vejo a muitos anos, da época que eu passava na padaria para comer “bolo André”, nem sei se existe ainda, isso foi há 50 anos. Era um sucesso para a gente que era menininho e que ficava aqui na cidade de Rio Novo, que era diferente de hoje, a igreja era antiga.

Eu tenho dessa cidade lembranças afetivas muito fortes e muito profundas. Mas, independentemente disso, eu viria de qualquer maneira, porque estamos fazendo um governo - e eu quero já encerrar dizendo isso -, um governo diferente de outros governos que passaram por Minas Gerais. Nós estamos nos esforçando, apesar da enorme crise. Apesar da falta de recursos, apesar da falta de apoio do governo federal, nós estamos fazendo um governo voltado para o interior do estado de Minas Gerais.

É por isso que nós criamos os fóruns regionais de governo, percorremos todas as regiões ouvindo as pessoas com paciência, com humildade, com carinho, ouvido às vezes as críticas, mas elas são necessárias e são bem-vindas, ouvindo às vezes reclamações antigas, demandas históricas que não foram recebidas pelos governos anteriores.

E, aos poucos, começando a resolver os problemas que de fato melhoram a vida das pessoas. Esse é o nosso objetivo. Não é fazer obras luxuosas, coisas grandiosas, construir palácios, cidades administrativas que custaram bilhões mas que em nada contribuíram para melhorar a vida do povo de Minas Gerais. Não. Estamos fazendo obras que de fato modificam a vida das pessoas, como a reforma de uma escola, construir a rodoviária em uma cidade de seis mil, sete mil habitantes. É bom lembrar que mais da metade dos municípios de Minas Gerais tem menos de 10 mil habitantes. Um município com menos de 10 mil habitantes, para quem não entende do estado, para quem não é mineiro e não vive aqui olha e longe e fala assim: ‘o governador entregou duas ambulâncias, isso não vale nada’. Vale muito. Vale muito para o município que terá que deslocar o doente para uma cidade maior para ser atendido.

Você não consegue ter um equipamento de saúde de grande porte em uma cidade de cinco mil ou seis mil habitantes, é impossível. Então você tem que deslocar os pacientes. E a gente tem em Minas Gerais cerca de 400 cidades desse tamanho. Então, tem de ter ambulância, tem de ter viatura nova para a Polícia Militar. A imprensa às vezes olha e acha que isso é coisa menor, coisa sem importância. Porque não entende a vida cotidiana do mineiro e da mineira. É coisa importante. Não é o tamanho da entrega que define se ela é importante ou não. É o fato de ela mudar a vida das pessoas. É por isso que nos estamos fazendo um governo de pé no chão, com modéstia, com humildade, com sinceridade, sem falar mentira para ninguém. As dificuldades vocês todos conhecem.

Às vezes atrasa aqui o repasse do município, as vezes a folha de pagamento não sai no dia que a gente queria, mas o nosso governo continua trabalhando para melhora a vida dos mineiros. Não é para fazer prédio bonito nem coisa luxuosa, é para fazer o que Minas Gerais precisa,  melhorar a vida da sua gente.

Queremos deixar o mundo melhor do que encontramos, e eu tenho certeza de que nós nos encontramos hoje nesta nessa direção. Que o mundo seja melhor, que o Brasil seja melhor, que Minas Gerais seja melhor para esses meninos que estão aqui. Se for assim, se Deus nos iluminar nesse caminho, eu me dou por satisfeito. Que seja assim, muito obrigado a todos, meus conterrâneos de Rio Novo.