Pronunciamento do governador Fernando Pimentel durante o evento de autorização para construção do prédio anexo ao Hospital César Leite

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Eu só quero compartilhar com vocês dois sentimentos aqui na tarde de hoje. O primeiro é um sentimento muito grande, muito forte de alegria de poder estar aqui e fazer essas entregas. O João Magalhães me ligou na segunda-feira, nós íamos assinar esse convênio e ele me disse assim: eu vou fazer a assinatura desse convênio, se o senhor permitir, lá em Manhuaçu. Eu disse claro, ótimo, vamos fazer. Mas ele disse: eu queria que o senhor fosse. Eu falei: mas eu estou com a agenda apertada, você faz questão? Ele falou: não é que eu faço questão, é a cidade que faz questão que o senhor vai lá. Não vai ser a primeira vez.

Aí eu pensei assim: a gente enfrenta na vida pública tanto aborrecimento, tanto dissabor, tanta injustiça, atualmente tanta perseguição, crítica injusta, tanta calúnia, de vez em quando a gente tem direito a ter alguma alegria. Eu vou lá em Manhuaçu compartilhar com os meus amigos todos de Manhuaçu, da região do Caparaó, com meus amigos prefeitos essa conquista que é da região.

Nós assinamos vários convênios. O mais importante é da ampliação do Hospital César Leite. Eu lembro que eu passava aqui, eu vim aqui na campanha eleitoral, depois eu vim enquanto governador e o João falava comigo no carro olha lá, governador, nós temos que terminar o hospital. Aquilo me feria o coração. Ver o prédio inacabado, importantíssimo para a região e a gente não conseguir terminar. Pois bem, agora nós conseguimos. O dinheiro está na conta e se Deus quiser mais um tempo nós vamos poder transformar aquilo ali em um hospital, efetivamente um prédio que hoje está inacabado em uma unidade operacional para a região toda.

Alguém pode olhar de longe, é muito comum isso, o sujeito olha de longe, lá da capital, e fala que bobagem, uma obra de cinco milhões isso não é nada. Para que é que o governador vai lá mexer com isso? Mas é pequeno para quem está longe, é pequeno para quem não tem nenhuma sensibilidade para com a população, para as angústias do dia a dia da nossa gente. Para quem está aqui, para quem precisa do hospital, para centenas de pessoas não só de Manhuaçu, das cidades em torno, que precisa do socorro médico, é muito importante.

Então eu fico feliz de poder compartilhar com vocês essa entrega. Fico triste quando eu olho e penso que o governo de Minas no passado, até recente, já teve muito dinheiro e não passou pelas angústias que nós temos hoje, esse déficit orçamentário horroroso que nos faz às vezes escolher entre o ruim e o menos ruim. Ou você manda dinheiro para o custeio da educação, ou põe gasolina nos carros da Polícia Militar. Não tem jeito de fazer as duas coisas, são escolhas terríveis que a gente tem de fazer. Mas em um passado recente teve dinheiro, e muito. Teve, por exemplo, dinheiro para fazer, lá na capital, em Belo Horizonte, dois prédios luxuosíssimos, que puseram o nome de Cidade Administrativa. Aquilo custou R$ 2 bilhões. Você imagina. Com R$ 2 bilhões dava para fazer 400 obras do Hospital César Leite, que custou R$ 5 milhões. Mas gastaram em um prédio, num conjunto daquele, R$ 2 bilhões.

Essa é uma escolha equivocada. Se tivessem ouvido a população de Minas Gerais, jamais teriam feito essa obra. Se tivessem tido a humildade de conversar com as pessoas, de percorrer as regiões, de fazer aquilo que nós fizemos com os Fóruns Regionais de Governo, esse dinheiro poderia ser empregado em outras coisas muito mais importantes e que, às vezes, vistas de longe parecem pequenas, mas vistas de perto mudam para melhor a vida de muitas pessoas. O que diferencia os governos não é ter ou não ter o dinheiro. Você pode ter muito dinheiro e fazer um governo de costas para a população, para o Estado. Você pode ter pouco dinheiro e fazer um governo mergulhado nos problemas da população, tentando resolver, tentando melhorar. O que diferencia um governo do outro são as escolhas que você faz. Escolher ouvindo as pessoas, escolher com humildade, às vezes ouvindo críticas, é natural que tenha, nós vivemos em uma democracia, graças a Deus, e as críticas são necessárias. Mas escolher ouvindo a população e aí fazer as escolhas adequadas. É uma quadra que nós estamos fazendo, é a ampliação de um hospital, é um auxílio importante, são ônibus, entregamos mais de 400 ônibus em Sete Lagoas.  

Os prefeitos que estão aqui sabem o que eu estou falando. Para eles  às vezes também é doloroso ter que fazer uma escolha entre uma coisa ou outra, mas você tem que escolher. Então, escolha ouvindo as pessoas, pergunte para as pessoas o que é importante para a vida delas. Vá lá e resolva aquilo, e não resolva lá do gabinete com ar-condicionado luxuoso, longe do povo, de costas para o povo, resolvendo coisas que às vezes são desnecessárias. É essa diferença entre um governo e outro. A minha alegria é compartilhar com vocês as escolhas que nós fizemos juntos. É por isso que nós estamos aqui hoje, desfrutando essa alegria.

E aí eu encerro falando de um segundo sentimento breve que nós todos temos que manter e que é difícil hoje em dia com crise que o Brasil vive, manter esse sentimento vivo. É o sentimento da esperança. Nós temos que ter esperança e fé no nosso futuro, no nosso trabalho, fé em Deus acima de tudo, mas, principalmente, fé na capacidade da nossa gente de vencer a crise. Eu digo que Minas Gerais está se saindo melhor nessa crise horrorosa que o país vive que a maioria dos outros Estados por um motivo simples: porque o mineiro é trabalhador. Aqui você não vê ninguém lamuriando, chorando, lamentando pelos cantos. Aqui você as pessoas trabalhando. E essa região é um exemplo. Vim sobrevoando a região e maravilhado. Tudo plantado, o café, tudo funcionando, claro que com dificuldades, quem é que não tem? Nós temos muitas dificuldades, mas nós enfrentamos com trabalho. Mineiro tem a vocação para o trabalho, acorda cedo, trinca os dentes e vai trabalhar. Trabalha o dia inteiro, de noite agradece a Deus que lhe deu saúde, pede saúde para o dia seguinte e continua trabalhando. Essa é a receita para vencer qualquer crise. Então, com muita alegria, com muita esperança, com muita fé, e fé no povo brasileiro que nós vamos vencer as dificuldades de hoje. Que seja assim e que eu possa voltar aqui muitas outras vezes para compartilhar com vocês momentos de alegria como este. Muito obrigado. Deus proteja a nós todos.