Pronunciamento do governador Fernando Pimentel durante ato de assinatura de decreto que autorizou destinação de 1.385 hectares de terras para a Comunidade de Quilombo, em Minas Novas, Território Alto Jequitinhonha

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“Eu vou ser breve. É um momento de muita alegria para nós. Estamos encerrando uma semana difícil, de muito trabalho, de muita luta, mas encerando com uma vitória. Essa é uma cerimônia muito singela. Essa cerimônia tem uma plateia seleta, selecionada, e sabe exatamente o que eu vou dizer aqui, que é a importância dessa vitória de hoje. Estamos, com esse decreto, que é o primeiro, pioneiro, inaugurando uma nova etapa dessa luta, pelo reconhecimento dos direitos do povo afrodescendentes. 

Costuma-se dizer que nós temos uma dívida histórica com os companheiros e as companheiras dessas comunidades, pelo papel que tiveram na construção do Brasil, desde quando vieram da África. Eu não gosto muito da palavra dívida, acho que é mais do que isso. Nós devemos um reconhecimento e uma inclusão a comunidades, e o que elas representam para a história do povo brasileiro. O Brasil não seria o que é se não fossem os povos africanos que para cá vieram. Devemos um reconhecimento e inclusão dessas comunidades, com dignidade, tamanho e importância que elas têm de direito. Então, com esse decreto que vai regularizar a propriedade coletiva daquela área, são 1.385 hectares, apenas o primeiro de uma série de outros. 

Não foi dito aqui, mas eu vou dizer, será publicado amanhã outro decreto criando uma superintendência dos territórios coletivos, exclusivamente para trabalhar nessa questão e chegar nessa meta de aos poucos conseguir titular e regularizar todos os territórios não só de quilombolas, mas de todos os povos tradicionais de Minas Gerais. Estamos no caminho certo. 

Então, meus amigos e minhas amigas, governar é isso, é fazer escolhas. Nós escolhemos esse lado, esse caminho. Nós poderíamos estar fazendo prédios luxuosos, como os governos passados fizeram que, para mim, são exemplo de todas as escolhas equivocadas que foram feitas pelos governos de nossos adversários, no caminho do Aeroporto de Confins, aquele conjunto de prédios que eles chamam de Cidade Administrativa, absolutamente inútil, ineficiente. Custou R$ 2 bilhões. Quanta coisa nós poderíamos ter feito pelo nosso estado com esse dinheiro.

Infelizmente, foi feita aquela escolha equivocada, que está lá e temos que conviver com ela. Mas nós não, nós escolhemos isso aqui, ficar junto com nosso povo, com nossa gente, atendendo aquelas demandas que são muitas vezes muito antigas e que já podiam ter sido resolvidas. Então, com boa vontade, determinação, trabalho, a gente consegue resolver. Que seja assim, que Deus nos ilumine e tenham todos um bom fim de semana.