Programação 2018 da Fundação Clóvis Salgado celebra os diferentes manifestos artísticos

Conceito de Manifesto será referência para as atividades artísticas deste ano. Outro diferencial é a proposta de trazer a impressão sistemática da programação em todos os trimestres

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Ao longo do ano, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais participará na execução de repertórios diferenciados
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A Fundação Clóvis Salgado acaba de apresentar a programação 2018 da instituição. O planejamento contempla todas as ações realizadas na Casa nos últimos três anos, que tiveram como fio condutor a arte de vanguarda e a valorização dos artistas nacionais. Para este ano, sempre que possível, a programação será baseada no conjunto das atividades artísticas sob o conceito de Manifesto.

O ponto de partida é o Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade que comemora, em 2018, 90 anos de publicação. Por sua importância e significação no modernismo brasileiro, serão destacadas obras de artistas identificados com o movimento e com a valorização da cultura nacional, em diversos segmentos.

A escolha de Manifesto também celebra outros importantes acontecimentos artísticos. Ainda neste ano, o Manifesto Dadaísta comemora seu centenário, o Manifesto Concreto completa 60 anos de publicação, o Manifesto Neoconcreto, dos mineiros Amílcar de Castro e Lígia Clark, é quase sexagenário e outros manifestos artísticos também merecem ser lembrados e revisitados para aportarem contribuições ao cenário atual.

Segundo o presidente da Fundação Clóvis Salgado, Augusto Nunes-Filho, ”ampliar e democratizar o acesso à arte, à cultura e à cidadania é sempre a tarefa primeira das instituições culturais públicas. No ano de 2018, a FCS continua atenta aos acontecimentos latentes da sociedade, prezando e sustentando a diversidade nas manifestações artísticas”, aponta.

Ainda de acordo com o presidente da FCS, o conceito de Manifesto pode ser entendido como um reflexo dos recentes acontecimentos que nortearam, indiretamente, a programação artística da casa em 2017.

“Devido a tudo o que aconteceu, principalmente no campo das Artes Visuais, decidimos promover o nosso Manifesto em 2018, com uma programação questionadora, de vanguarda e que preza, acima de tudo, pela qualidade. O público vai aproveitar os nossos já consolidados programas permanentes e, também, desfrutar de atrações inéditas, gratuitas ou a preços acessíveis em todas as áreas da arte e da cultura”, afirma.

Além do tema, outro diferencial para este ano é a proposta de fazer a impressão sistemática da programação em todos os trimestres, disponibilizando o material para o público frequentador da Fundação Clóvis Salgado. O caderno também terá sua versão digital, que estará disponível no site da FCS - www.fcs.mg.gov.br.

Programação diversificada 

Para este ano, a FCS está comprometida com a continuidade dos programas por ela implantados e mantidos ao longo dos últimos três anos. A Cia. de Dança Palácio das Artes, por exemplo, integra mais uma vez a Campanha de Popularização do Teatro & Dança em sua 44ª edição, apresentando Nuvens de Barro. No mesmo Grande Teatro, no Teatro João Ceschiatti e na Sala Juvenal Dias, serão apresentados outros espetáculos integrantes da 44ª campanha.

Na música, seguem, ao longo de 2018, as já tradicionais séries ao meio-dia, da Orquestra Sinfônica e do Coral Lírico de Minas Gerais. O concerto de Abertura da Temporada 2018, nos dias 27 e 28 de fevereiro, com regência de Silvio Viegas, apresenta a Cantata Alexander Nevsky, do russo S. Prokofiev, com o CLMG e a OSMG.

Serão realizadas duas edições da série Sinfônica Pop. Em maio, o grupo mineiro Cobra Coral apresentará canções de autoria de seus integrantes assim como de outros compositores da MPB. A edição de novembro se encontra em estado avançado de planejamento e terá a divulgação do convidado em momento mais oportuno.

Ao longo do ano, a OSMG participará na execução de repertórios diferenciados para jovens na série Concertos Comentados, como O Guia de Orquestra para Jovens, de Benjamin Britten, para adolescentes e Pedro e o Lobo, de Prokofiev, para crianças. No segundo semestre, coro e orquestra fazem a Noite Especial com a Suite nº 3, de Bach, e Bachiana nº 3, de Villa-Lobos, e ainda uma nova apresentação da Noite Tchaikovsky, com a OSMG, o CLMG e a OSPMMG, com regência do maestro argentino Gustavo Fontana.

Consolidando a potência e o diferencial da FCS na apresentação conjunta de seus corpos artísticos, a orquestra e a companhia de dança se apresentam em A História do Soldado, de Stravinsky, em setembro, na comemoração dos 100 anos de estreia da composição. A temporada 2018 será encerrada com a apresentação da Missa do Orfanato, de Mozart, em dezembro.

A Diretoria de Produção Artística e a Diretoria do Centro de Formação Artística e Tecnológica - Cefart - se unem pela primeira vez para a realização conjunta da VI edição do Concurso para Jovens Solistas da OSMG, sob direção do maestro Roberto Tibiriçá, que premiará também, além dos cantores e instrumentistas, um jovem regente.

O presidente da FCS, Augusto Nunes-Filho, apresentou o tema que norteará as ações de 2018 (Crédito: Thamiris Rezende)

Ao longo do ano, o Programa Minas Pocket Música se consolidará com a realização de quatro edições, da mesma forma que o Minas Pocket.

Em julho, acontecerá, ainda, a 4ª edição do Inverno das Artes, como também o 4º Palco de Encontro, com realização prevista para agosto, voltando-se uma vez mais para a produção musical mineira.

Tradição e ineditismo na ópera

A FCS produzirá duas óperas, mantendo a semestralidade nessas apresentações. La Traviata, de Verdi, em abril, terá direção musical e regência de Silvio Viegas, concepção e direção cênica de Jorge Takla.  Em outubro, O Holandês Voador, de Richard Wagner, será a primeira montagem de uma ópera wagneriana em Belo Horizonte. A direção musical e regência também serão do maestro titular da OSMG, Silvio Viegas, com concepção e direção cênicas do argentino Pablo Maritano.  

O Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart abre sua temporada de apresentações em abril com a Série Cefart ao Meio-dia, no Foyer do Grande Teatro.Também haverá a Mostra de Dança, no primeiro semestre, que levará ao palco alunos dos cursos básico ao técnico. Na Escola de Teatro, os formandos apresentam duas montagens de conclusão, uma no primeiro e outra no segundo semestre.

Uma importante atividade de ensino complementar é a realização do Cefart em Cena, que explora a transdiciplinaridade entre as diversas linguagens e as tecnologias do espetáculo. Também será realizado o projeto Curta Cefart, que reúne alunos das Escolas de Dança, Música, Teatro, Artes Visuais e Tecnologia do Espetáculo.

Arte para todos os públicos

Neste início do ano, o Palácio das Artes mantém suas galerias em funcionamento com as exposições O que as Vandas não contam, da Greco Design, na PQNA Galeria até o dia 21; o paulistano Alex Flemming manterá sua exposição Alex Flemming de CORpo e alma na Grande Galeria até 25 de fevereiro; Descascando o branco, numa homenagem à mineira Ana Horta, permanecerá na Galeria Genesco Murta; Linhas de Força do paraense Marcone Moreira, na Galeria Arlinda Corrêa Lima; e Labirinto, do paraibano Christus Nóbrega ficará na Galeria Mari’Stella Tristão. O período expositivo das três mostras se encerra em 4 de março.

Também a CâmeraSete estará aberta à visitação, até 18 de fevereiro, com Diego e Frida – Um sorriso no meio da estrada. A PQNA Galeria será ocupada de 30 de janeiro a 25 de março pela mineira radicada na Suécia, Veronica Alkmim França, com a exposição Delikatessen.

O Edital de Ocupação de Artes Visuais da FCS acontece entre março a junho nas Galerias Genesco Murta, Arlinda Corrêa Lima e Mari’Stella Tristão, do Palácio das Artes, e o Edital de Fotografia da FCS ocupará no mesmo período a CâmeraSete, que receberá ainda a Itinerância do Foto em Pauta, de julho a outubro. Nesse período serão lançados os catálogos dos editais de 2017.

A escolha do Manifesto como conceito da programação da FCS deslocou a realização do Programa ARTEMINAS para outubro, que ocupará pelo quarto ano consecutivo as galerias do Palácio das Artes na valorização e no reconhecimento das artes visuais mineiras.

História e tradição

Em 2018, o Cine Humberto Mauro celebra seus 40 anos. A comemoração se estenderá durante todo o ano, com a realização das já tradicionais mostras e retrospectivas de cineastas brasileiros e estrangeiros, merecendo destaque a Retrospectiva Glauber Rocha. Cursos, debates, seminários e atividades especiais voltadas para a ampliação e formação de público também serão desenvolvidas. 

As atividades de 2018 do Cine Humberto Mauro terão início em janeiro com a mostra Ficção Científica Anos 50. As sessões semanais da História Permanente do Cinema, precedidas de debate, assim como Cineclube Francófono e Cinema e Psicanálise, também terão sua continuidade garantida.

No segundo semestre se realizará um dos principais eventos da FCS, o FESTCURTASBH, que celebrará em sua vigésima edição a potência estética do curta-metragem em recortes históricos e recentes da produção mundial. A parceria entre FCS e BDMG Cultural lançará ainda o 5º edital de Estímulo ao Curta-Metragem de Baixo Orçamento.


Crédito: Thamiris Rezende



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