Museu Mineiro reabre Sala das Sessões, antiga sede do Senado Mineiro

Com três mil peças em seu acervo, espaço também inaugura novas exposições e exibe imagens em homenagem aos 120 anos de Belo Horizonte. Tela do pintor Di Cavalcanti é exposta pela primeira vez

imagem de destaque
Solenidade de reabertura da Sala das Sessões foi conduzida pelo secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo
  • ícone de compartilhamento

A imponente Sala das Sessões, situada no Museu Mineiro, espaço integrante do Circuito Liberdade, foi reaberta após um período de seis anos em que esteve fechada. O amplo salão com pé direito alto passou por uma minuciosa obra de restauro e está disponível para visitação gratuita.

“A restauração é um marco para a cultura de Minas Gerais. É uma casa que se mistura com a história da capital, tendo sido a casa do Senado Mineiro, em 1905”, comemorou o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, durante a solenidade de reinauguração nessa terça-feira (19/12).

A inauguração de novas exposições, uma delas com acervo que presta homenagem aos 120 de Belo Horizonte, e a primeira exibição no museu da tela “Cenas de Garimpo”, do pintor Di Cavalcanti, complementaram a lista de novidades do Museu Mineiro, que completou 35 anos em 2017.

Com 169,5 metros quadrados, a Sala das Sessões teve suas pinturas parietais e forro restaurados, o piso de madeira recuperado e ganhou uma nova iluminação expositiva que destaca o acervo pictórico. O projeto de restauração foi executado de março a dezembro de 2017, pelo Grupo Oficina de Restauro, com acompanhamento e fiscalização do Iepha-MG.

A nova proposta expográfica de longa duração exibe obras do acervo do Museu Mineiro com mais de três mil peças de variadas tipologias, datadas dos séculos XVIII ao XXI. Na Sala das Sessões destacam-se pinturas clássicas como as seis telas de Manuel da Costa Ataíde, o quadro “A Má Noticia”, de Belmiro de Almeida, as telas de Aníbal Mattos e os trabalhos de outros expoentes da pintura mineira do início do século XX.

Na Sala Honório Esteves consta um conjunto de pinturas parietais descoberto durante a restauração, sob seis camadas de tinta, provavelmente de autoria de Frederico Steckel, artista que também assina pinturas do Palácio da Liberdade. Telas do pintor ouro-pretano que nomeia o local completam o acervo, entre elas “O Pastor Egípcio” e o retrato de Peter Lund.

Datados dos séculos 18 e 19, belos retratos de monarcas feitos em óleo, com imagens de Dom João VI, Dona Maria I, Pedro I, Pedro II e o Brasão da família imperial encontram-se no Gabinete. No piso inferior, a artista Jeane Milde foi homenageada com sala que recebe seu nome. Nela estão expostas obras de importantes artistas mineiros como Guignard, Amilcar de Castro, Márcio Sampaio, Mário Silésio, Érico de Paula, Maria Helena Andrés, Lótus Lobo, Yará Tupinambá, Aurélia Rubião e Inimá de Paula.

Também estiveram presentes na solenidade a Superintendente de Museus e Artes Visuais, Andrea Matos; a presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), Michele Arroyo; a coordenadora do Circuito Liberdade, Marcela França; o presidente da Fundação Clóvis Salgado, Augusto Nunes-Filho; o presidente do Instituto Cultural Filarmônica, Diomar Silveira, além de representantes de diversos setores artísticos.

Exposição Belo Horizonte - 120 anos: Primeiros Registros

Em celebração do aniversário de Belo Horizonte, o Museu Mineiro, o Arquivo Público Mineiro e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) apresentam a mostra “Belo Horizonte - 120 anos: Primeiros Registros”, com mais de cem obras das três instituições, em exibição na Galeria de Exposição Temporária do Museu Mineiro e na Sala da Memória, dentro do Casarão.

A exposição representa um panorama da trajetória inicial da cidade por meio de quadros, fotografias, documentos, plantas cadastrais e objetos, com destaque para uma tela retratando o engenheiro construtor Aarão Reis com o projeto original de BH nas mãos, e uma bonequinha de biscuit que pertenceu à menina Alice, uma das que participaram do primeiro sorteio de lotes da nova capital. A boneca foi doada ao Museu Mineiro pela servidora do Iepha-MG e fotógrafa Izabel Chumbinho.

Museu Mineiro

Criado em 1982, o Museu Mineiro está localizado na Avenida João Pinheiro, ao lado do Arquivo Público Mineiro, e integra o Circuito Liberdade. Seu riquíssimo acervo documenta, de forma material e simbólica, momentos distintos da formação da cultura do Estado. Atualmente, o museu dispõe de aproximadamente três mil objetos.

Antiga sede do Senado Mineiro e da Pagadoria Geral do Estado, o prédio é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico. Fica sob gestão da Superintendência de Museus e Artes Visuais da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais.

O Museu Mineiro coloca à disposição do público exposições de longa duração e mostras temporárias, tanto de artistas consagrados quanto de iniciantes, além de ampla programação relacionada ao patrimônio material e imaterial do estado. A instituição tem como objetivo preservar, pesquisar e difundir registros da história e da cultura mineira.



Últimas