Torcedoras vão ao Mineirão pela primeira vez para ver a Seleção Feminina

Sucesso do time comandado por Marta desperta interesse de torcedoras que nunca viram um jogo de futebol feminino ao vivo

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Os bons resultados conquistados pela Seleção Brasileira Feminina na disputa do Torneio Olímpico de Futebol Rio 2016, em comparação ao desempenho da Seleção Masculina, fez a torcida voltar seus olhos para o time comandado por Marta, cinco vezes eleita a melhor jogadora do mundo pela FIFA.

Nesta sexta-feira (12/8), às 22h, as meninas do Brasil entram em campo, em Belo Horizonte, para enfrentar a Austrália, pelas quartas de final dos Jogos Rio 2016, no Mineirão. A expectativa é de grande público para apoiar o time neste momento decisivo, em que as partidas são eliminatórias.

Antes mesmo que fosse definida a vinda da Seleção Brasileira a Minas Gerais duas torcedoras correram para garantir presença no jogo. Naturais de Três Corações, no Sul do estado, a administradora Aline Saturnino, e a pedagoga Flávia Barbosa, ambas de 36 anos, que moram na capital, não quiseram perder a realização do Torneio Olímpico de Futebol em Belo Horizonte.

“É um momento muito importante para o Brasil. A primeira Olimpíada da América do Sul aqui, tão pertinho de nós. Não posso deixar passar a oportunidade de fazer parte disso”, afirma Aline, que correu para comprar o ingresso no sábado (06), quando o Brasil goleou a Suécia por 5 a 1 e começou a desenhar sua classificação em primeiro lugar no grupo A.

Além de ser a primeira vez que Aline e Flávia assistirão a um jogo oficial de futebol feminino ao vivo, será a primeira vez delas no Mineirão. “Já fui ao Independência, mas ao Mineirão nunca. É um sonho. Conhecer o estádio em um jogo de Seleção Brasileira com certeza será muito emocionante”, prevê Flávia, que conta ainda que ela e a amiga já planejaram o figurino para apoiar o Brasil. “Vamos com chapéus, camisa, bandeira e muita confiança. O Brasil leva essa e vai firme buscar a medalha de ouro”, garante.

De adversária a fã

Diferente dos torcedores que se atentaram para o futebol feminino após os resultados positivos nos Jogos Rio 2016, a contadora Carolina Nasta, 33 anos, é uma grande fã da modalidade há muito tempo. Árbitra da Confederação Brasileira de Futsal e ex-jogadora, ela tem um relacionamento próximo com muitas das atletas do time do Brasil, como a atacante Raquel e a goleira Luciana.

Após atuar por 15 anos como goleira, Carolina tem no currículo o fato de ter sido uma das vítimas do talento de Marta, não no campo, mas nas quadras. Elas se confrontaram no futsal entre 2002 e 2003, quando a camisa 10 do Brasil atuou em dois clubes mineiros: Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), de Belo Horizonte, e Associação dos Desportistas de Contagem (ASDEC).

“Não me lembro do jogo em detalhes. Sei que foi pelo Campeonato Metropolitano, no antigo ginásio da Federação Mineira de Futsal, no bairro Padre Eustáquio. Eu jogava por Matozinhos e a Marta, por Contagem. Perdemos de 10 a 1”, lamenta.

Ao ser perguntada se foi uma honra sofrer gols daquela que se tornaria a maior artilheira da Seleção Brasileira Feminina e Masculina de Futebol, a ex-jogadora é enfática. “Não me senti honrada, porque eu era goleira e não gostava de tomar gols. Mas ali, naquela oportunidade, eu me vi diante de uma grande atleta, que na época tinha apenas 16 anos”.

Nesta sexta-feira, Carolina estará no Mineirão, na torcida pela ex-adversária. “Hoje em dia, ter a oportunidade de sentar na arquibancada para ver uma atleta contra quem já joguei, e que já foi eleita melhor do mundo cinco vezes, é um privilégio, inclusive pelo fato de ela ter aberto várias portas para o futebol feminino, que ainda precisa de muito mais apoio”, conclui.

Mineiras do Brasil

A disputa das quartas de final do Torneio Olímpico de Futebol Rio 2016 em Belo Horizonte é especial para quatro atletas que compõe grupo brasileiro: Tamires, Poliana, Raquel e Debinha, que são as representantes mineiras na equipe. A lateral-esquerda é de Caeté; a lateral-direita é de Ituiutaba; as atacantes são de Contagem e Brasópolis, respectivamente. A Seleção tem ainda a goleira Luciana, que está como suplente e pode disputar a Olimpíada caso alguém se machuque. Ela é de Belo Horizonte.

“Estar em Belo Horizonte vai ser maravilhoso. O mineiro é um povo acolhedor e vai nos receber muito bem. Para mim vai ser incrível, eu comecei a minha carreira no Atlético Mineiro e agora poder voltar com a Seleção é demais”, avaliou Poliana em entrevista ao site da CBF.

Nenhuma das cinco mora em sua cidade natal, mas todas visitam os familiares nas férias sempre que possível. Nesta sexta-feira (12/8), contra a Austrália, será a primeira vez que elas jogarão em seu estado pela Seleção Brasileira.

Quase todas vão levar a família, pais, mães, irmãos, cunhados, sobrinhos, tios e primos. Só Debinha, devido à distância ainda não tem certeza, pois Brasópolis fica a 450 km da capital mineira. Tamires vai levar também o filho, Bernardo.

“Estar em BH, ao lado da família, vai ser maravilhoso. Meus pais, irmãos, cunhada e amigos já têm ingresso. Agora vou tentar levar a minha avó”, disse a goleira Luciana.

Masculino

No sábado, às 19h, Coreia do Sul e Honduras se enfrentam no Mineirão em jogo das quartas de final. Sai desse confronto o adversário de Brasil ou Colômbia na semifinal olímpica. 



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