Reforma do Parque da Gameleira reforça compromisso do Estado com o agronegócio mineiro

Anunciada pelo governador Fernando Pimentel em junho de 2016, licitação para obra no espaço acaba de ser concluída. Intervenções vão revitalizar o parque em prazo de 90 dias

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O Parque da Gameleira abriga, durante o ano, diversos eventos pecuários e exposições nacionais
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O Parque da Gameleira será remodelado. A confirmação veio com a homologação, no Diário Oficial Minas Gerais, do resultado da licitação para execução das obras de construção de novos currais e revitalização do Parque de Exposições Bolívar Andrade, em Belo Horizonte.

Em decisão ratificada pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), foi selecionada pelo menor preço a empresa Terra Engenharia e Construções Ltda., com a proposta de R$ 4,36 milhões. Segundo o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), gestor do Parque da Gameleira, o prazo de execução das intervenções será de 90 dias (março, abril e maio).

“O Parque da Gameleira é o local para a realização de eventos agropecuários, mas é, sobretudo, um espaço de identidade do produtor no meio urbano. Em gestões anteriores, foi cogitado fechar a estrutura da Gameleira, mas o Governo entendeu a importância do parque e seu significado para os produtores, resultando na decisão de revitalizá-lo”, afirma o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leitão.  

O diretor-geral do IMA, Marcílio de Sousa Magalhães, lembra que a reforma foi um compromisso que o governador assumiu, no ano passado, na abertura da 13ª Megaleite. “É de suma importância esse gesto do Estado, uma vez que há mais de 20 anos o parque não sofria qualquer tipo de intervenção, manutenção física”.

No caso específico das obras para a empresa vencedora da licitação, estão previstas as seguintes intervenções:

Pintura geral
- 16 pavilhões para bovinos, com capacidade para abrigar 800 animais;
- 16 baias para o alojamento de equídeos (cavalos), com capacidade para receber cerca de 400 animais;
- Um pavilhão com capacidade para o alojamento de cerca de 150 caprinos e ovinos.

Reconstrução
- 56 currais serão reconstruídos.

Instalação e construção
- Duas balanças para pesagem de animais em eventos agropecuários serão instaladas;
- Construção de banheiros com acessibilidade para pessoas com deficiência;
- Impermeabilização das lajes da arquibancada em frente à pista de julgamentos;
- O Pavilhão Redondo, com capacidade para receber 600 pessoas e onde são realizados os leilões, receberá isolamento acústico, melhorando as condições para a realização de eventos no local.

A reestruturação das redes hidráulica e elétrica, de acordo com o IMA, ficará a cargo da Copasa e da Cemig.

“Esta obra também é muito importante porque o Parque da Gameleira foi alvo, nos anos anteriores, de uma tentativa de privatização. Seria objeto de uma PPP, na qual o parque seria utilizado como um local de convenções, de lojas e não mais atendendo ao agronegócio”, observa o diretor-geral do IMA.

Mesmo pequena para as dimensões do parque e tudo o que ele necessita, acrescenta Magalhães, “é uma obra que vai dar conforto para as exposições, para a área de animais, expositores que ali vão estar, maior comodidade para os usuários e também para os servidores que lá trabalham”, reforça.

Referência no setor

O diretor de Eventos da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Jonas Oliveira, carcateriza o Parque da Gameleira como o palco dos grandes eventos do agronegócio mineiro. "Inclusive da maior exposição de equinos da América Latina, a exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, realizada pela ABCCMM no mês de julho e que este ano chega, de forma ininterrupta, à sua 36ª edição", afirma.

Oliveira, que já foi presidente do Núcleo do Cavalo Mangalarga Marchador da Grande BH, lembra do último evento, em 2016, com quase 200 mil pessoas movimentando a economia mineira, 1.800 animais de 512 expositores do Norte ao Sul do país e cerca de R$ 20 milhões em negócios gerados.

"Recordo-me que inúmeros pregões foram realizados, movimentando cifras consideráveis em negócios e gerando oportunidades de aquisição de produtos de alto valor zootécnico", comenta. "Atualmente, acho que o espaço de leilões, bem como o parque como um todo, necessitam de uma revitalização, de reformas de galpões e currais e de uma melhoria e expansão de suas instalações sanitárias.  Realizadas tais obras, com uma atenção especial por parte do Governo de Minas Gerais, o Parque da Gameleira continuará sendo referência do agronegócio mineiro”, enfatiza.

Calendário 2017

Conforme o IMA, cinco grandes eventos já estão programados para 2017. São eles:

- Herdeiros da Raça (22 a 26/3, do Núcleo Mangalarga Marchador da Grande BH);
- Exposição Estadual Agropecuária (28 de maio a 4 de junho, do Governo de Minas Gerais, por meio da Seapa);
- Megaleite (27 de junho a 4 de julho, da Associação Brasileira de Criadores de Gado Girolando, com participação de outras raças de leite);
- Nacional Mangalarga Marchador (16 a 30 de julho, da ABCCMM);
- Nacional Campolina (final de setembro e início de outubro, da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Campolina - ABCCCampolina).

“A expectativa é que o parque, após essa reforma, possa atender também a outros eventos e outras demandas, principalmente de raças menores (pampa, pônei) e também para outros eventos agropecuários em outras áreas, como piscicultura, avicultura, suinocultura, e agrícolas”, projeta o diretor-geral do IMA, Marcílio Magalhães.


Foto: Marcílio Gazzinelli


O Parque

O Parque de Exposições Bolívar de Andrade, também conhecido como Parque da Gameleira, foi criado em junho de 1938. Localizado estrategicamente na capital, a oito quilômetros do Centro de Belo Horizonte, o espaço permite aos mineiros vivenciar um pouco da vida no campo quando da realização dos eventos agropecuários.

São 96 mil metros quadrados e a capacidade para receber público de aproximadamente 5 mil pessoas por dia.

Ao longo do ano, o Parque da Gameleira abriga diversos eventos pecuários e exposições nacionais de diversas raças, como as dos cavalos Mangalarga Marchador, Campolina e Jumento Pêga. A unidade tem capacidade extra para receber cerca de 600 equídeos em baias temporárias e estacionamento para criadores com capacidade para 100 veículos.

O parque é gerido pelo IMA, órgão responsável pelas ações de defesa agropecuária no estado de Minas Gerais e vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

Além do setor administrativo do instituto no parque, também estão instaladas no local 17 associações de criadores, com suas sedes ou escritórios de representação, para atender aos produtores associados de cada raça.



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