O tradicional espetáculo de encerramento do Módulo I de 2018 do programa Valores de Minas, da Secretaria de Estado de Educação (SEE), acontece, entre os dias 6 e 9 de dezembro (quinta-feira a domingo), no PlugMinas, em Belo Horizonte. Com o nome de “Insubmissas”, a apresentação reúne 400 alunos para fechar o primeiro módulo do programa.

Com direção geral de Letícia Castilho e Lucas Fabrício, “Insubmissas” traz recortes de vivências, pontos de vistas, experiências e culturas negras de tempos antigos e atuais, além de retratar os conflitos gerados desde a criação conturbada do processo coletivo em defesa do protagonismo negro e da mulher negra e em combate ao racismo.

O tema foi definido no meio do ano pela equipe de professores do Valores, depois de analisar todas as pautas discutidas com os estudantes em reuniões, trabalhos, rodas de conversa e outras atividades ao longo do primeiro semestre de aulas. A diretora do Valores de Minas, Gal Durvali, explica que tudo no programa é trabalhado por meio do processo colaborativo e por meio da autonomia dos estudantes, que acontece sempre pelo diálogo e escuta.

“Os alunos trazem para o conteúdo artístico seus próprios conteúdos sociais: suas insatisfações, conquistas, felicidades, tristezas, enfim, seu dia a dia. A partir do diálogo e da escuta sobre isso é que vamos percebendo e desenhando esse pensamento do que pode ser o tema do espetáculo final. E um dos temas mais falado e vivido, todos os dias, é a questão racial, o racismo. Quando aconteceu uma atividade em que estudamos sobre pirâmide social, por exemplo, ficou evidente a necessidade de se discutir mais sobre o lugar onde é colocada – ou de onde é retirada – a mulher negra. E aí vimos a oportunidade de trabalhar esse tema de maneira mais forte, de destacar o protagonismo da mulher negra”, afirmou Gal.

Apesar de ser um espetáculo protagonizado por estudantes que estão se iniciando no mundo das artes, a estreia de “Insubmissas” representa uma grande expectativa e ansiedade que todo artista sente antes de mostrar ao público o fruto de meses de trabalho. A artista visual Rabech Tereza da Silva, de 20 anos, que concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Maria de Sales Ferreira, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, tem a esperança de que o público entenda o que se pretende passar.

“Estou com bastante esperança. Sei que não seremos a cura para o racismo, mas a gente vai conseguir levar esse protagonismo e isso é muito importante. O espetáculo tem bastante potência para levar as pessoas a entenderem que somos mulheres pretas, que existimos, trabalhamos, lutamos, que somos muito mais que corpos negros extremamente sexualizados. A minha expectativa é de que a gente consiga levar ao público muita história, muito conhecimento e muita beleza também, porque nossa cultura é bela”, explicou a artista, que é responsável pelo figurino e irá fazer uma performance durante o espetáculo.

Rabech, que revelou que muito tem sido feito para a estética do espetáculo traduzir as raízes da cultura negra, já avisa: “Temos certeza de que vamos incomodar, chocar, causar impacto. Porque  ninguém se reconhece como racista, até se deparar com certas problemáticas. É isso que também queremos mostrar e fazer com que muitos e muitas repensem ou pensem a respeito”, finalizou.

Nos dias 6 e 7, o espetáculo de encerramento do Módulo I do Valores de Minas acontece às 15h e às 19h. Nos dias 8 e 9, às 17h e 20h.

A entrada é gratuita, mas é preciso retirar senha no local, uma hora antes das apresentações, que acontecem no PlugMinas: Rua Santo Agostinho, 1441, bairro Horto, em Belo Horizonte.

Outras informações:
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