Meu Primeiro Negócio alavanca sonho do empreendedorismo entre jovens das escolas estaduais

Entre 2017 e 2018, o programa coordenado pela Sedectes e SEE formou mais de 12 mil alunos. Além disso, 520 escolas foram contempladas com educação empreendedora

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Em 2018, o Meu Primeiro Negócio chegou a mais 203 cidades de Minas Gerais
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Na sala de aula da Escola Estadual Effie Rolfs, em Viçosa, na Zona da Mata, Ysamara Macedo de Oliveira, 17 anos, conheceu o programa Meu Primeiro Negócio, uma iniciativa do Governo de Minas Gerais, realizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (SEE). Foi o ponto de partida para ela conhecer mais sobre a cultura empreendedora e fazer planos futuros.

“Sempre quis ter uma floricultura e o Meu Primeiro Negócio me abriu muitas portas. Depois de formar, na última turma de 2018, consegui um estágio em uma floricultura, e desde então venho tendo mais contato com o empreendedorismo que vi, na prática, durante o curso”, conta Ysamara.

A jovem planeja conciliar este sonho empreendedor com a carreira que escolheu para seguir. Ela pretende cursar Psicologia e logo que estiver colocada no mercado de trabalho vai começar a estruturar a sua futura floricultura com os conhecimentos que ganhou. “Vou fazer faculdade e abrir minha floricultura”, garante.

Ysamara relembra como os professores do curso foram inspiradores. “Pude ver que as mulheres são capazes de estar no mercado de trabalho. Nós temos voz e podemos empreender, como muitas mulheres tão bem-sucedidas nos negócios”, diz.

O MPN é um programa de abrangência estadual, que envolve todos os 17 territórios de desenvolvimento e conta também com a parceria da Junior Achievement. O objetivo é estimular nos jovens estudantes ações capazes de mudar as suas realidades e ao mesmo tempo contribuir para o aparecimento e ampliação de novos negócios.

O programa cria empresas estudantis dentro das escolas. O curso é realizado semanalmente, ao longo de 12 semanas, com carga horária de 3 horas e 30 minutos durante o turno escolar.

Cada encontro é considerado uma jornada para fins metodológicos trabalhado um assunto diferente que, somado aos anteriores, colaborará para o desenvolvimento dos projetos ao longo de todo o programa.

Ao todo, os alunos passam por três grandes fases, conforme figura abaixo:

 

 

O projeto piloto, em 2017, beneficiou 120 escolas, distribuídas em 70 cidades. Em 2018, o Meu Primeiro Negócio chegou a mais 203 cidades de Minas Gerais. Foram 400 escolas contempladas, 400 professores, e 12 mil alunos impactados com educação empreendedora.

Neste período o programa teve o acompanhamento e coordenação de uma equipe de 11 profissionais – em parceria com a Ciência e Tecnologia, Educação e a Junior Achievement – e também a colaboração de 300 voluntários da sociedade civil.

“O principal é despertar o espírito empreendedor dos alunos: liderança, iniciativa, visão e construir uma rede de contatos”, ressalta a coordenadora do programa, Jéssica Rangel, da Sedectes. 

Segundo Jéssica, cada escola abre sua miniempresa estudantil. Na conclusão do curso, as miniempresas são fechadas, como parte do processo do programa.

Empreendendo

Em João Monlevade, no Vale do Aço, a professora da Escola Estadual Luiz Prisco de Braga, Karina Carla de Paiva Coelho, comemora os resultados.

“Os alunos adoraram.  Quando terminou o projeto eles sentiram falta. Foi muito enriquecedor, o programa não é simples. Tem uma complexidade que traz à prática o conhecimento para futuros empreendedorismos”, diz Karina.

Ela conta que na sua escola os alunos criaram um apagador com refil lavável com feltro e espuma. “Vendemos 147 apagadores a R$ 12 reais cada e parte da receita, no valor de R$ 528,35, foi doada ao Serviço Voluntário de Resgate (Sevor), equipe de resgate de pessoas. Os alunos também receberam R$ 1,50 por cada jornada de trabalho.

Para comprar o material, os alunos também lançaram mão de planejamento. A diretora Karina conta que os participantes fizeram a venda de 69 ações, a R$ 7 cada, em toda a comunidade e essa capitalização viabilizou a compra de itens para a produção.

“É preciso que esse programa fique vivo nas escolas porque é uma oportunidade única para os jovens aprenderem sobre gestão e mercado”, finaliza Karina. Ao todo, foram gerados R$ 80 mil e revertidos em ações sociais realizadas pelos próprios alunos nas comunidades locais.

Feira e formatura

A formatura do programa Meu Primeiro Negócio aconteceu no último dia 26 de novembro, na Serraria Souza Pinto, com participação de 62 escolas de Belo Horizonte e Região Metropolitana, somando 14 cidades e cerca de 1.400 pessoas. As escolas do interior fizeram cerimônias de formatura locais nas próprias cidades.

A Feira do Meu Primeiro Negócio ocorreu nos dias 15 e 16 de novembro. Ao todo, foram 49 escolas participantes, 24 estandes expositores, 753 produtos vendidos, 25 cidades, mais de 650 alunos envolvidos, e R$ 6.632,00 em faturamento.

Confira, a seguir, o vídeo de apresentação do programa Meu Primeiro Negócio:

 



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