Comerciantes do Mercado Central recebem orientação do IMA sobre a venda de cachaça registrada

Local foi escolhido por ser um centro importante da gastronomia mineira. Processo produtivo da cachaça é patrimônio cultural de Minas Gerais por lei estadual

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Evento contribuiu para disseminar informações que ajudem a impulsionar a regularização dos alambiques clandestinos
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Cerca de 30 comerciantes do Mercado Central - referência turística e comercial da capital mineira - participaram, nesta terça-feira (6/11), de palestras técnicas realizadas por servidores do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Realizadas no próprio espaço tradicional de BH, as apresentações, conduzidas junto a revendedores e proprietários de bares e restaurantes, tiveram como tema geral a importância do comércio regular de cachaça. 

O evento contribuiu para disseminar informações que ajudem a impulsionar a regularização dos alambiques clandestinos, para que os comerciantes possam ampliar sua participação no mercado e oferecer produtos com segurança alimentar para os consumidores.

De acordo com o gerente de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Lucas Guimarães, “as palestras abordaram o comércio regular de cachaça e aguardente de cana no estado de Minas Gerais, dando ênfase aos aspectos legais e de saúde. Os técnicos do IMA orientaram os comerciantes, entre outros aspectos, para a leitura correta dos rótulos, de forma que tenham todas as informações exigidas pelos órgãos de fiscalização”, explicou. 

Em junho deste ano, o IMA recebeu a delegação do Ministério da Agricultura para fiscalizar a produção e o comércio de cachaça em Minas Gerais. Essa é uma das primeiras ações do órgão nesse sentido.

Cachaça registrada

O comerciante e produtor da cachaça “Dama da Noite”,  Thiago Lara Barroso, que é lojista do Mercado Central e proprietário de alambique com mais de 160 anos do Vale do Jequitinhonha, destaca a importância do registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“A parte mais importante do registro, tanto para o fabricante, quanto para o comerciante e o consumidor, é que desde o início, quando o produto é registrado, ele passa  por inspeção e fiscalização para garantir um produto de qualidade. O consumidor fica mais seguro na hora de comprar este produto”, disse Barroso, que produz cerca de 30 mil litros por ano da bebida e vende a cachaça para Minas Gerais e alguns parceiros em São Paulo, Fortaleza, Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo. 
 

Crédito: Divulgação/IMA

O gerente da loja Tripocel Alimentos localizada no Mercado Central, Haldane Júnior, avalia a comercialização regulamentada. “Acho primordial, é uma questão de ética. Cachaça é um bem material nosso, então temos que primar pela qualidade da bebida e levar ao cliente produtos registrados, fiscalizados e certificados. Vejo aqui no Mercado Central que os rótulos mineiros são sempre mais procurados. É um produto nosso, exclusivamente mineiro. Acho que o consumidor, hoje, está muito atento a produtos certificados. Ele quer saber de onde que vem e quem produz”, argumenta.

A coordenadora do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas), Tatiana Santo, afirma que o objetivo principal do evento foi orientar os comerciantes em geral para que comprem a cachaça regularizada.

“Temos, hoje, no mercado muita cachaça informal. Isso prejudica o produtor que está regularizado, com seus impostos em dia, que paga todas as suas guias, cuida do trabalhador e do meio ambiente”, observa Tatiana. 

O diretor-presidente do Mercado central, Geraldo Henrique Campos, parabenizou a iniciativa do IMA que, segundo ele, é extremamente importante para a comercialização dos produtos agropecuários em Minas Gerais.

“A iniciativa estimula a regulamentação de maneira a resguardar o consumidor e o próprio comerciante. O Mercado Central é o que é pelas parcerias que consegue desenvolver tanto com a iniciativa privada, quanto com o poder público”, ressalta. 

Tradição na gastronomia

O Mercado Central foi escolhido para o evento por ser um centro importante da gastronomia mineira, ponto tradicional de venda da cachaça e, por isso mesmo, com capacidade para replicar as informações para outros comerciantes e, também para os consumidores.

O processo produtivo da cachaça é Patrimônio Cultural de Minas Gerais por Lei Estadual. 

Minas Gerais é líder na produção nacional de cachaça de alambique, com cerca de 230 milhões de litros/ano.



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