Casamento de 18 detentos é realizado no Complexo Penitenciário Nelson Hungria

A união dos casais será formalizada junto ao Cartório de Registro Civil de Contagem

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A idade dos detentos que casaram-se vai dos 25 anos aos 39 e todos já foram julgados
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O auditório do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, foi cenário nesta quinta-feira (24/11) do casamento de 18 homens que cumprem pena na unidade, uma das maiores da Secretaria de Estado de Administração Prisional (SEAP).

A cerimônia foi realizada pelo pastor Altair Ferreira, de uma igreja evangélica que faz assistência religiosa no complexo penitenciário. A união dos casais será formalizada junto ao Cartório de Registro Civil de Contagem, conhecido na região como Cartório Guimarães. Os documentos foram assinados na presença de testemunhas, e serão encaminhados para reconhecimento no cartório.

O secretário adjunto de Administração Prisional, Robson Lucas da Silva, esteve na cerimônia e deixou para todos os presentes, autoridades da SEAP, familiares e amigos uma mensagem de esperança. “O casamento representa a base da sociedade e este momento é uma oportunidade de refazer a vida. Promover a dignidade e a ressocialização dos reeducandos, por meio das mais diversas ações, é um compromisso da SEAP”, destacou o secretário adjunto.

A idade dos detentos que casaram-se vai dos 25 anos aos 39 e todos já foram julgados, pois não há presos provisórios no Complexo Penitenciário Nelson Hungria

Histórias

Dentre tantas histórias dos casais que formalizaram a união dentro da unidade prisional, duas chamam a atenção. A primeira é de Anne Christina Pinto da Silva, 23 anos, e de Thiago Henrique Fernandes dos Santos, 25 anos. Eles conheceram-se em 2009, em uma festa da família de Thiago, mas somente começaram a namorar em 2012, quando o noivo foi preso.

“Foi realmente uma paixão à primeira vista. Quando o conheci tive a certeza de que um dia casaria com ele. É muito carinhoso e vamos ter uma família”, revelou Anne Christina.

Marilia Aparecida de Oliveira, 53 anos, e Ademir Baptista Lopes, 34 anos, têm histórias bem diferentes. Quando Ademir foi preso, há quase dois anos, eles já tinham 13 anos de vida conjugal. “Resolvemos agora formalizar nossa união, o nosso amor vai continuar”, contou Marilia.

O serviço de maquiagem foi um trabalho voluntário de um curso profissionalizante de beleza. A professora Kelley Yohnna e mais quatro alunas cuidaram da transformação do rosto e do sorriso e das noivas. “É uma experiência de vida e profissional fantástica. Nossa maior recompensa é ver a alegria de todas elas.”

A cerimônia contou com o talento musical de detentos do complexo penitenciário, que tocaram violão, teclado, guitarra e até um violino.



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