Adolescentes que cumprem medidas socioeducativas têm aula de informática na capital

A formação é oferecida pelo programa BH Cidadania, que tem como um dos eixos auxiliar na inclusão social, por meio da educação digital

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Adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, em casas de semiliberdade da Regional Norte de Belo Horizonte, participam do primeiro curso de informática básica aplicada ao trabalho. A formação é oferecida pelo programa BH Cidadania, que tem como um dos eixos auxiliar na inclusão social, por meio da educação digital. As aulas vão até esta sexta-feira (30), no telecentro do Centro de Referência de Assistência Social Mantiqueira (CRAS), aproveitando o período de férias escolares.

O trabalho é resultado de uma parceria firmada entre a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), por meio da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase), e a Secretaria Municipal de Políticas Sociais, por meio do programa BH Cidadania. A iniciativa tem o apoio da Empresa de Informática e Informação do município de Belo Horizonte (Prodabel), que fornece o material e faz a manutenção dos equipamentos. 

Novos horizontes

Uma das finalidades da medida socioeducativa é fazer com que os adolescentes se apropriem dos espaços das cidades e assim avancem no processo de ressocialização. O objetivo converge com as diretrizes do BH Cidadania, que integra diversas ações com o objetivo de reduzir a exclusão social dos belo-horizontinos. “O curso de informática pode ampliar as possibilidades profissionais e de relacionamento dos alunos, por meio do uso da tecnologia do dia-a-dia”, destacou a coordenadora do Equipamento Municipal BH Cidadania – CRAS Mantiqueira, Elizete Orozimbo.

A Diretoria de Formação Profissional da Suase orientou os funcionários do Centro de Referência da Assistência Social Mantiqueira sobre o conceito de medida socioeducativa e sobre quais metodologias devem ser utilizadas com os adolescentes.  O resultado esperado não é apenas a habilitação técnica e profissional dos alunos, mas, principalmente, uma formação ética para o uso tecnológico dentro e fora das empresas. “O objetivo é articular conhecimentos especializados, direcionados para o mercado de trabalho, com aquisição de habilidades comportamentais”, informou a gerente da Diretoria de Formação Profissional da Suase, Fernanda Reis.

Um dos estudantes, que teve o desempenho elogiado pelo monitor, disse que está gostando das aulas e informou que a Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase) tem oferecido vários cursos, além da possibilidade de trabalho e estudo regular. “Eu quero trabalhar o mais rápido possível. Durante o curso, tenho a oportunidade de aprender a fazer planilhas e utilizar programas que irão ajudar na conquista do meu primeiro emprego”, relatou o adolescente.

Programa será ampliado

A informática está vinculada a todas as profissões e presente no cotidiano da população. Por isso, a falta de formação digital tornou-se um fator importante de exclusão social.  A maioria dos jovens chegou ao curso no CRAS Mantiqueira apenas com noções de participação nas redes sociais e sem o conhecerem programas básicos de informática. “Além de ensinar os programas básicos cobrados pelo mercado de trabalho, procuramos explicar que as redes sociais são espelhos da vida de uma pessoa e podem influenciar diretamente em um processo de colocação profissional”, contou o monitor do curso, Bruno Teixeira.

Outra aluna também acredita que o novo conhecimento possibilitará uma evolução no currículo. “Eu vou agarrar todas as oportunidades que me forem ofertadas durante o cumprimento da semiliberdade”, ressaltou.

O projeto no CRAS Mantiqueira é pioneiro e deve ser replicado em outras áreas atendidas pelo BH Cidadania. “Pretendemos implantar uma turma mista, com integrantes da comunidade e adolescentes que estão cumprindo medidas socioeducativas, no espaço que temos no Jardim Leblon”, adiantou o supervisor dos telecentros do programa BH Cidadania, Flávio Almeida.



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