Discurso do governador Fernando Pimentel durante a entrega da Medalha Presidente Juscelino Kubitschek

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Bom dia a todos e a todas.        

O dia de hoje, 12 de setembro, assinala um outro encontro, o encontro cívico de Minas Gerais com Juscelino Kubitschek, encontro que se renova a cada aniversário do presidente que, partindo desta cidade, soube conquistar o coração de todo o povo brasileiro. Hoje, sem dúvida, os mais caros sentimentos de brasilidade abraçam Diamantina e, como numa serenata, aqui evocamos a figura daquele líder querido.

Lembremos que, no auge de sua trajetória, perseguido por toda sorte de injustiças, ele foi cassado e impossibilitado de voltar à presidência da República. De fato, ele havia resistido a duas tentativas de golpe em seu governo e, com a grandeza de alma que o caracterizava, havia anistiado os envolvidos naqueles dois episódios. A nação estava apaziguada quando JK deixou o Palácio do Planalto. Mas, quase às vésperas da sonhada campanha presidencial de 1965, quando lhe deveria se reapresentar ao eleitorado nacional, viu-se violentamente afastado da vida pública com a cassação imposta pelo golpe militar de 1964.

Porém, ninguém cassa a consciência do cidadão. Não há como suspender a história ou escrever cada um de seus capítulos segundo os caprichos do instante. Lucidamente, os fatos se clarificam e se registram no tempo, por sobre as circunstâncias do arbítrio que deles quis efemeramente se apropriar.

A chamada Revolução de 1964 é agora um golpe de Estado, segundo todos os compêndios, as enciclopédias e os livros de história. As novas gerações sequer sabem que o movimento golpista chegou a se autodenominar de revolução. Golpe é o que era, e assim o curso da história o definiu. As acusações injuriosas então lançadas contra o presidente Juscelino Kubistchek com o tempo se transformaram em referências elogiosas ao seu espírito generoso, ao compromisso desenvolvimentista e à audácia de inovar sempre.

A história tem a sabedoria de se valer do tempo para reparar as injustiças e desfazer as inverdades.

Mineiros e mineiras,

Vivemos um trecho tormentoso da construção do nosso país. Mais uma vez, porém, a paixão dos acontecimentos há de alcançar, no transcorrer do processo, a serena limpidez da verdade.

Quem contempla, em Diamantina, os resultados produzidos em poucos anos pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, saberá desde logo que há um legado a desafiar o futuro. E é isso que nos faz acreditar ainda mais no Brasil.

Daquela pioneira escola de odontologia plantada aqui pelo presidente Juscelino Kubistchek aos campi universitários erguidos pelos presidentes Lula e Dilma Rousseff na vastidão desses nossos dois vales, existe uma linha continua de compromisso com a educação, com o desenvolvimento, com o combate à pobreza, com o enfrentamento da fome e com a defesa da dignidade da vida.

Por sobre os abismos do caminho, o caminhar de JK prossegue rumo à democracia e a prosperidade, metas que sempre lhe coroaram os ideais. Esses passos, os dele, nos trazem hoje a uma encruzilhada que não vai nos embaraçar, porque, tal como o presidente, menino pobre de Diamantina que chegou até Brasília, nós persistiremos na fé e na esperança do futuro.

Meus caros agraciados com a Medalha JK,

Saúdo a todos com entusiasmo e emoção. As insígnias do presidente Juscelino Kubistchek simbolizam as mais caras virtudes da vida pública do nosso Estado.

Em Minas Gerais, combater pela liberdade, construir a paz social, praticar a democracia e ser republicano são essencialmente os valores que definem a nossa maneira de estar no mundo.

Nós, mineiros e mineiras, não faltaremos ao Brasil na luta fraterna da nossa gente para a superação das circunstancias que hoje nos desafiam. Conscientes dos nossos deveres, queremos e buscaremos a concretização dos sonhos que jamais deixaremos de sonhar.

Brasília, Diamantina e Pampulha são hoje reconhecidos como patrimônio cultural da humanidade. O título reflete a qualidade estética e a força histórica que recobrem esses monumentos. Mas também consagra a universalidade do espírito de Juscelino Kubistchek. A partir das raízes que soube honrar e preservar, nessa encantadora cidade dos diamantes, ele plantou obras únicas na orla do lago de Belo Horizonte e levantou a capital de todos os brasileiros na solidão devassada do planalto central.

O mundo reconhece hoje, neste três extraordinários feitos que emolduram a vida e a obra de JK, as marcas do seu gênio.

Nosso governo agora se empenha agora em recuperar a obra de Oscar Niemeyer em Minas Gerais, de modo a preservar e valorizar uma herança que nos foi deixada pelas ousadas iniciativas de JK, prefeito de Belo Horizonte, depois governador de Minas Gerais e finalmente presidente da República, sempre em parceria com o genial arquiteto de Brasília.

Queremos assim guardar a memória de JK e os monumentos que edificou, na certeza de que seu amor ao Brasil e sua fidelidade à democracia são para sempre um patrimônio afetivo, moral, cultural e político dos mineiros e das mineiras, e de todo o povo brasileiro.

Viva JK, Viva Minas Gerais, Viva o Brasil.

Muito obrigado.


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